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13/02/2019

Cooperativas investem em Tecnologia para garantir segurança de um produto muito consumido.

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Itens como Nota Fiscal, seguro e até chips ajudam cooperativas a garantir a segurança do café.

 

O motivo de investir em tecnologia surgiu a partir de um suposto golpe, que ocorreu em um armazém em Três Pontas, Minas Gerais. A empresa responsável pelo depósito sumiu com cerca de 25 mil sacas de café. E para quem trabalha no ramo, só as paredes dos armazéns não pode ser consideradas como uma garantia.

 

"A gente pega um código de barras e cria uma senha e essa senha acompanha todo o procedimento de descarga, armazenamento, onde vem o chip dos bags, com identificação de lotes, o lote de um produtor é diferente do outro. Então é armazenado tudo separadamente", disse o gerente de cooperativa, Guilherme Pinelli.

 

Segundo o presidente da Cocatrel, de Três Pontas, a segurança começa antes do café sair da fazenda, com a Nota Fiscal.

 

"Qualquer café, de qualquer produtor, independente do tamanho dele, para ingressar com o café ele tem que emitir uma nota e é importante dizer que ao tirar a nota, ele já está segurado, desde a propriedade, desde a fazenda, até nossos armazéns", disse o presidente Marco Valério Araújo Brito.

 

Na semana passada, vários produtores de café de Três Pontas viram toda a produção da última safra desaparecer de um galpão. A maioria era de pequenos produtores, que não tinham nota do grão. O problema veio à tona quando eles encontraram o lugar praticamente vazio. Segundo a Polícia Civil, cerca de 25 mil sacas avaliadas em quase R$ 12 milhões, foram retiradas do armazém sem autorização dos produtores. O uso de chips, já adotado por algumas cooperativas, permite ao produtor verificar o café no momento em que ele quiser.

 

"Sob hipótese alguma nós comercializamos o café do produtor, sem que ele autoriza. O processo é ao contrário, ele autoriza a venda e aí sim nós procedemos, iniciamos todo o processo de venda. Jamais nós fazemos o contrário", disse o presidente da Cocatrel.

 

Em uma cooperativa de Paraguaçu, a posição do café dentro do armazém é milimétrica. Depois que o café chega, ele recebe também um chip com dados do produtor e da qualidade do grão. Em seguida, o café é empilhado. No chão, existem sensores que ficam eletronicamente ligados aos chips. Qualquer movimentação desse café sem autorização aparece em um painel de controle. Segundo o superintendente da cooperativa, além da localização, o sistema com chips evita a mistura de grãos de diferentes classificações.

 

"Cada chip e cada sensor, reflete um mapa na tela. E em vários pontos aqui da cooperativa, seja no armazém, seja no laboratório de qualidade, ele tem acesso para saber exatamente onde está o seu café dentro do armazém", explica o superintendente da cooperativa, Renato José de Melo.

 

Conforme o superintendente, toda essa segurança tem um custo: em média R$ 0,02 do valor vendido.

 

"No setor de café, não existe milagre. Quando alguém tiver oferecendo algum tipo de vantagem, diferença do que a média do mercado, a gente tem que ficar sempre precavido porque não tem nada de graça, não tem milagre nesse processo", completou o superintendente.

 

Fonte: G1